quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A ESPIRITUALIDADE AGOSTINIANA NOS REMETE DA CIDADE DOS HOMENS À CIDADE DE DEUS.


Sem grandes pretensões de esgotar o assunto, mas, manifestando claramente o desejo de ajudar a despertar a nossa vida para o que como o próprio Agostinho falou sobre a busca pessoal de Deus, e que nos sintamos estimulados à, também nós, tentarmos nutrir uma verdadeira busca por Deus a exemplo deste homem que tanto nos ensina até os nossos dias e que deve inspirar o modo de vida de nossa comunidade.
Refletindo teremos como ponto de partida uma célebre frase encontrada no início das suas confissões:
Fizeste-nos para Ti Senhor, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em Ti”(Confissões 1,1,1).
Esta afirmação é como que uma pilastra onde sustenta toda a espiritualidade Agostiniana. Ela revela-nos uma realidade profunda de toda humanidade: existe em nós uma inquietação básica pelo fato de ainda não termos alcançado o sentido último de nossa existência e se formos honestos – eu quero e devemos ser – nunca poderemos atingí-lo plenamente nessa vida. Somos peregrinos neste mundo, estamos na cidade dos homens, estrangeiros nesta terra e temos como “objeto” de nossos desejos alcançarmos à cidade de Deus, ou seja, o próprio Deus.
Essa sede de Deus é a força propulsora que impulsiona a vida para o encontro com Ele, que é, o ponto de repouso do coração que arde no desejo de ser feliz e de realização. Na tentativa de um modo Agostiniano de buscar Deus e de encontrá-Lo, devemos ter esse “espírito livre” para fazê-lo.
Não podemos jamais prescindir desse primeiro movimento: O Senhor nos atrai a si e essa atração corresponde profundamente a nossa sede de amor e de ser feliz. O coração humano vazio de sentido encontra em Deus o seu correspondente, o amante esperado, aquele que o realiza profundamente, que dá respostas às questões mais profundas do nosso ser.
Em palavras mais simples: Um jeito Agostiniano de comunidade começa, antes de tudo, com uma busca sincera por Deus, e isso inclui reconhecê-lo como único objeto de nossa busca. Quando buscamos a felicidade, a realização, quando buscamos ser amados, é o próprio Deus quem buscamos, muitas vezes até sem saber.

Por fim, fiquemos com as palavras do próprio Agostinho:

“Procurei algo para amar, pois estava apaixonado pelo amor [...] Intimamente sentia fome, por carência de um alimento interior, que nada mais é que tu meu Deus. Essa fome, contudo, não me tornava faminto. Não ansiava pelo alimento incorruptível, não por fartar-me dele, mas por que quanto mais ele me faltava, mas detestável me parecia (Confissões 3,1,1).”

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